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Reavaliando a Mediunidade

Mediunidade pode ser definida como a capacidade de servir de intermediário entre os planos físico e extra-físico. O médium é o indivíduo cujas sensibilidade e percepção ultrapassam a barreira dos sentidos físicos. Também temos ouvido outras denominações como sensitivo, paranormal, metafísico, canal. São apenas variações de linguagem específica nas diferentes abordagens da percepção extra-sensorial. Nosso interesse neste artigo não é nos ater a definições e conceitos, mas tecer considerações sobre o uso que se tem feito desse dom ou capacidade. O trabalho mediúnico desenvolvido no meio espírita tem sido uma porta aberta a novos conhecimentos e possibilidades de cura do ser humano em todos os níveis. Através da chamada “reforma íntima”, estimulamos o nosso processo de conscientização e despertamos para a responsabilidade que temos sobre nossa própria evolução. Acredito que após tantos anos de informações preciosas trazidas pela espiritualidade através dos médiuns, é o momento de reformularmos algumas crenças arraigadas no subconsciente coletivo que distorcem completamente a verdadeira função da mediunidade. Posso citar principalmente crenças que vêem a mediunidade como: 1. a causa de sofrimentos (pego “cargas” porque sou médium); 2. como trabalho compulsório dentro da seara espiritual (tenho que trabalhar senão...); 3. ou ainda como responsável por uma dependência doentia (só fico bem quando estou trabalhando...). Na raiz dessas crenças há alguns pontos em comum: o hábito de eximirmo-nos de responsabilidades sobre nós mesmo e atribuirmos tudo o que nos acontece a causas exteriores; a crença em culpas e punições; a acomodação e a preguiça que nos impedem de levar a sério nosso crescimento e transformação. Para os que acreditam nessas coisas, a mediunidade é um fardo, um drama, e o trabalho mediúnico passa a ser visto como uma “moeda” para comprar favores do céu (eu ajudo o próximo, portanto a espiritualidade fará meu trabalho por mim...). A mediunidade é na verdade preciosa ferramenta que desperta nossas consciências, coloca-nos em contato com conhecimentos mais amplos, desperta nossa força interior, propicia um amadurecimento mais rápido, leva-nos a assumir a responsabilidade por nosso crescimento. O trabalho mediúnico é um ato de amor. É o exercício que desenvolve nossa compaixão. Somos muito mais beneficiados do que o outro que recebe o tratamento através de nós. No entanto, não podemos nos acomodar e descuidar de nossa transformação. Nada justifica nos tornarmos dependentes da mediunidade. Maria Lúcia Sene Araújo